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Para Si
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Quando se apaixonava ouvia sons musicais. Róseos acordes bemóis. Mas não se dava conta disso. Quando o conheceu, o mundo ficou então mais colorido e sonoro, só que a vida dela deixou o pianíssimo de lado para alternar-se entre staccatos e quiálteras de um relacionamento um tanto conturbado. Se dependesse dela, tudo pra eles seria permeado pelo alegretto giocoso e romântico, enquanto que para ele a manutenção do namoro estava alicerçada num agregado sonoro bem intervalado e na liberdade do ad libidum dos intérpretes afetados. Aí começou o adágio dissonante e decrescente.
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Tempos depois, após o fim dessa pequena sinfonia a quatro mãos (e sem direito a bis), veio a prova de fogo. A noite era chuvosa. Ela estava entre amigos. Ele também. Encontraram-se por acaso, e, entre sushis e wasabi, o som que ela ouviu foi de desafino. Notas desconfortáveis e polifônicas, sem cadência, ensaio atonal de orquestra crescendo para um fortíssimo pulsante e furioso. Desse jeito, a noite tinha tudo pra terminar num melancólico noturno. Ali mesmo, no entanto, a música foi outra. Tudo porque ela havia resolvido seguir outros sons e experimentar um novo estilo. Partiu pro rock e pros solos de guitarra. Foi quando descobriu que não havia mais bemóis. Tinha se tornado Si Maior.
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E ele ficou lá... babando semicolcheias.
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Conheça uma outra versão desta história clicando aqui.
Bem...
ResponderExcluirDepois dessa aula de música, eu penso: como eu queria poder tocar (esse) violão! Mas pelo que entendi, já está em outro dueto :( kkkkkkkkk
Lindíssimo conto, amiga!
Também gastaria de escrever assim...
Brilhe muito!
Beijos,
Oseas
Bah, agora descobri que posso me identificar... hehehehe
ResponderExcluirSó não entendi: pq o google me chamou de "Moderador 2009"?
Oseas
nhaim, amei amei amei!
ResponderExcluirgostei mais que do meu!
=*
Adorei o título, mulher!
ResponderExcluirSi Maior... óóó... que belezura, hein?!
Muitos elogios... tenho sido muito bem descrita... huahuahauuha...
Perfeito o continho! ;)
Wonderfull...adoreiiiiiii!!!
ResponderExcluiré um conto vivo - cheio de vida - e bem construído. passa uma verdade, não "a", mas "uma", atribuição do texto literário. até a dedicatória se integra. parabéns!
ResponderExcluirbj
Bah! What a comment, man! Agora babei! Nem durmo hoje! :)))
ResponderExcluirBah! What a comment, man! [2]
ResponderExcluirO cara é bom, hein!
Edna, teu conto me lembrou um poema curto e clássico do mestre Leminski.
ResponderExcluir"Acordei bemol
Tudo estava sustenido
Sol fazia
Só não fazia sentido"
Parabéns!
José Antônio Silva
Obrigada, José!
ResponderExcluirPois sabe que eu sou da mesma terra que o Leminski?
Abraço