quarta-feira, 10 de março de 2010

Um pouco de botânica familiar...

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Castro é uma cidadezinha muito charmosa. Ao voltar das minhas férias passadas lá, olho para as fotos que tirei e penso nas várias qualidades desse lugar desconhecido por tantos: a arquitetura portuguesa no centro da cidade, as colônias de imigrantes europeus, os tantos museus e casas culturais, as quedas d'água e canyons, assim como a cidade quase sempre encoberta pela neblina, que são só uma amostra do lugar. O que mais interessa em Castro para mim, no entanto, são as raízes. As minhas raízes.
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Dez anos atrás fui embora de Castro deixando muito para trás. Deixei também algo que sempre me traria de volta, que me daria a sensação de pertencimento... as tais raízes, uma destinação natural. É incrível como o tempo e a distância não alteram esse sentimento de ninhada, de balaio-de-gato, e, quando revisito meu próprio interior, identifico que essas raízes espalham-se, espiralam-se e fixam-se em tudo o que sou. Morei em diversos lugares, convivi com muitas pessoas, mas meus sonhos à noite quase sempre são castrenses. É onde me sinto verdadeiramente em casa. Bem, tal sentimento é plenamente justificável: Castro é justamente onde nasci, onde vivi por 26 anos; é onde fica a casa da minha infância, onde vivem as pessoas que amo e que me amam de verdade. O caso é que não importa o quão longe eu esteja longe da minha sementeira, eu de fato nunca vou me esquecer do barulho dos pardais cantando às 6 da manhã na janela do meu quarto, do pão de alho da minha mãe, do olhar sorridente da minha avó, das velhas rusgas com meu irmão, das piadas do meu pai, da risada da minha sobrinha nem dos amigos que estão lá e que também tornaram meus dias em Castro mais felizes.
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No final das contas, são as raízes familiares que me mantêm em pé, são elas que me nutrem e que me dão segurança, e é por elas que volto às minhas origens sempre que posso. É como os castrenses dizem: "quem bebe água do Iapó, sempre volta". E eu acrescento: volta pra casa.
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Um comentário:

  1. Minha cidade mágica
    por onde cresci e corri
    onde amei e chorei
    fui feliz e entristeci
    Cidade de tantas histórias
    grandes memórias
    que lembrar me faz sorrir

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