segunda-feira, 30 de março de 2009

Ok, vamos aos porquês.

Um labirinto é instigante, alude a uma busca e um encontro. No entanto, para não correr o risco de perder-se, é preciso, primeiramente, saber que tipo de labirinto se está desafiando.

Conheço três tipos de labirintos (se você conhece outros, por favor, comente):

1) O labirinto grego, no qual há um único caminho até o centro. Os outros são meras ilusões, artimanhas, enganos. Este é o mais conhecido entre os labirintos:


Labirinto grego


2) O labirinto maneirista. Assemelha-se a uma árvore, com seus galhos/possíveis trajetos. Este é um labirinto aparentemente fácil de suplantar, mas eu advirto: é o mais enganoso entre todos, pois há muitas falsas saídas. Como numa obra não-aberta, a autora pretende dar (às vezes) uma única idéia a respeito de algo, mas o desatento leitor/pretendente/ouvinte imagina poder dar-se ao luxo de sair desavisadamente esgueirando-se pelos galhos, escolhendo aleatoriamente a saída ou interpretação que julgar mais adequada, que pode não ser a pretendida pela autora (no caso, eu):


Labirinto maneirista
"A árvore da vida" - Gustav Klimt

3) A rede ou rizoma é um labirinto em que todos os percursos se interligam. Não há centro nem periferia, mas um emaranhado de possibilidades:


Rede ou rizoma


Bem, que tipo de labirinto seriam, então, meus textos? A graça está em descobrir. Eles podem, sim, ser um puzzle “que conduza a toda parte e não leve a lugar algum”, nas palavras de Eco [Pendolo di Foucault, Bompiani, Milano, 1988-415.]. De qualquer forma e de fato, labirinto é, talvez e acima de tudo, desafio, figura simbólica que nos leva às profundezas de nós mesmos, em busca de uma reveladora experiência rumo a nossa própria natureza essencial. Exercício meu e seu nos caminhos destas palavras, logo. E este não é um labirinto qualquer, é um lambirinto. Lambirinte-se, portanto. E se porventura encontrar o caminho (seja a saída ou, ainda melhor, a entrada), encontrará fartas e gratas surpresas. Assim também espero eu. Só não se perca ao entrar no meu infinito particular!

2 comentários:

  1. que bonito, edna.
    texto e imagens.
    excelente início
    para um blogue.
    superparabéns!

    ResponderExcluir
  2. De todo o blog, este e "Ilha do Mel" são meus textos prediletos.

    ResponderExcluir